Queridos amigos da internet, escutai as minhas palavras!
Ontem desci às cavernas profundas do submundo descrito por Dante! E tudo isso aconteceu no Extra Sul!
Incauta, dirigi-me àquele estabelecimento comercial à 00:30 horas, na esperança de rapidamente adquirir dois sacos de ração para meus cães (coisas do mundo rural)...
Eis que ao chegar, me deparo com um estacionamento absolutamente LOTADO. O Apocalipse recebeu o apropriado nome de "loucura na madrugada da páscoa" ou cousa parecida...
Ao adentrar o supermercado, visualizei centenas de pessoas se empurrando aqui e ali para pegarem uma televisão, uma batedeira, um computador, centenas de cuecas, de ovos de páscoa, de detergentes ou qualquer coisa que recebesse a locução "em promoção".
Era um hospício. Uma casa de loucos.
Selecionei a ração dos caninos em menos de 5 minutos. Mais 5 me foram necessários para pegar um pacote de pão de fôrma e alguns polenguinhos... Mesmo assim, só consegui sair do supermecado às 3 da madrugada.
Duas horas e meia em filas do caixa!
Essa circunstância me fez profundamente arrependida:
1) de deixar toda a ração, o fubá e a carne de segunda acabarem em minha casa;
2) de não conhecer outos supermercados 24 horas que vendam ração para cães de grande porte!
Mas a longa espera para pagar não constituiu o único fator dantesco daquela madrugada.
Nessa de colocar tudo "em promoção", deixaram de informar os preços mais baixos aos caixas e até ao próprio gerente da loja. Resultado? Todo cristão (ou pagão) que passava suas compras tinha algo a reclamar. O preço final NUNCA batia!
O ápice do pandemônio ocorreu em função do Ovo de Páscoa Ferrero Rocher. O vendedor o anunciara a R$ 19,90, sem dúvida uma pechincha... Pessoas saíam das filas do caixa para "atacarem" os tais ovos. Retornavam com dois, cinco, vinte Ferrero Rocher!
Ocorre que só um dos tipos de Ferrero Rocher estava em promoção. Os outros tinham preços normais. Ao serem informados desse acontecimento (no caixa, é claro), as pessoas começaram a reclamar e a formar uma espécie de turba: "Se não fizerem promoção, vamos quebrar tudo", soltou um mais exaltado, prontamente aplaudido...
Gritaria, histeria, três camburões da polícia... Temendo o pior, o gerente endossou os preços promocionais do Ferrero Rocher e, para sair de bonzinho, estendeu a promoção ao Alpino.
Como galinhas sobre os restos de salada, meus conterrâneos, frenéticos, embevecidos, voltaram a atacar os ovos de páscoa.
Satisfeitos, encheram seus carrinhos com chocolate suficiente para, cada um, saciar, até o enjôo (ou até o diabetes) duas creches inteiras...
Escandalizada, não pude deixar de lembrar daquele personagem do Miguel Falabella em "Sai de Baixo", o "Caco", que zombava, com enorme desprezo, dos hábitos das classes populares...
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